segunda-feira, 27 de abril de 2015

Poema da gratidão

Poema da gratidão

Amélia Rodrigues




Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás!

Pelo ar, pelo pão, pela paz!

Muito obrigado, pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza.

Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!

Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!

Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus. 

Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro. 

Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar. 

A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.

Diante de minha capacidade de ouvir, pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!

Muito obrigado Senhor, pela minha voz! 

Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola. 

Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração! 

Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!

Muito obrigado Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham. 

Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos. 

Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia. 

Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.

Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.

E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.

Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados...e eu posso bailar!!...

Por eles eu oro, e a ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação, eles também bailarão.

Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar! 

Pois é tão maravilhoso ter um lar... 

Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for! 

O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor! 

O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...

De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!

Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.

Porque eu tenho a Ti! 

Então muito obrigado porque eu nasci!

E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós,

Muito obrigado Senhor!

Amélia Rodrigues por Divaldo Franco



(Wikipedia) Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues (Santo Amaro da Purificação, 26 de maio de 1861 — Salvador, 22 de agosto de 1926) foi uma educadora, escritora, teatróloga e poetisa brasileira. 
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