Na Divulgação Espírita
Vianna de Carvalho
Face à ciclópica movimentação da vida moderna nos seus variados aspectos, o espírita honesto e dedicado recorre não poucas vezes, por entusiasmo, à metodologia da Comunicação para mais ampla difusão dos postulados que abraça no Espiritismo.
Merece, no entanto, teçamos algumas considerações, a fim de que a necessária informação doutrinária não experimente o barateamento por parte da invigilância como da precipitação.
Sem dúvida alguma o Espiritismo é doutrina comportamental, em cujos quadros a ética do Evangelho tem primazia, preparando o homem que se candidata ao futuro a exercer primacial papel de importância na coletividade onde foi chamado a lidar e viver.
Fascinados, entretanto, pelos ouropéis da vacuidade hodierna, não poucas vezes, por falta de estudo acurado da Codificação, trabalhadores da última hora apresentam-se preocupados com o proselitismo de arrastamento e com o aumento de profitentes apaixonados que viriam, segundo eles, enriquecer as fileiras da nova fé, mas se apresentariam sem a experiência superior, de qualidade especial.
A Comunicação, no seu valor científico, convida à informação exata e verdadeira da realidade que esclarece.
A propaganda bombástica conduz a mente do ouvinte ou do leitor a conclusões infelizes e incorretas, que não correspondem à realidade. Por este motivo, nem todos os meios, embora lícitos, devem ser utilizados, para que o Espiritismo logre maior penetração nas massas humanas. A problemática numérica não é relevante, nem essencial.
Não foi por outra razão que o Mestre, a princípio, convidou, de viva voz, reduzido grupo que lhe constituiu o Colégio, para depois, através de etapas e programação bem delineada, convidar os companheiros, na Galileia, e enviá-los ao mundo, a fim de, posteriormente, falar às massas fascinadas e comovidas, mediante linguagem capaz de se fazer entender corretamente.
Em nome da Doutrina, não é correta a utilização de conceitos complicados para chamar a atenção, nem à vulgaridade, através de imagens e figurações literárias deprimentes, que podem conduzir os nobres ensinamentos da Espiritualidade a uma conceituação extravagante ou ridícula entre os menos esclarecidos e os que, sistematicamente, se comprazem na adulteração, no descrédito das lições superiores da vida.
Não devemos manter a preocupação que caracteriza os precipitados. Os grandes ideais e os verdadeiros idealistas jamais serão ultrapassados. Quando aparentemente mortos ou vencidos, transferem-se para a história, nunca para o olvido. Alguns passam ignorados, porém, continuam vivendo.
É bem verdade que o Espiritismo ganha campo neste momento convulsionado, na história dos tempos atuais. Merece, todavia, nos precatemos contra o soerguimento de novos ídolos, que viriam substituir as antigas deidades, ora em escombros, esboroando-se. Ao fazer tal afirmação, não nos esqueçamos de ensinar retamente e apresentar os postulados idealmente.
Ao invés de colocarmos indivíduos e teorias transitórios em destaque, sobranceiros, fomentando a consequente veneração deles e situando-os nas paisagens da nossa alma em detrimento d'Aquele que nos deve ocupar a província do espírito, acima dos homens e dos espíritos — Jesus! —, condicionemos líderes e líderes sob a égide de um único líder: Aquele que constitui e representa as mais altas aspirações da nossa vida e a quem palidamente todos desejamos, não obstante a necessidade de sacrifícios, dedicar a vida e servir sem cessar!
O Espiritismo é simples, fácil e claro, dispensando linguagem bombástica e terminologia complicada.
Se não pode ser entendido por um espírito singelo, em verdade, não conduz a vera mensagem do Cristianismo autêntico, graças à prosápia ou presunção do expositor que fala ou escreve.
É indispensável conduzamos a inspiração que vem do Mundo Espiritual, na direção dos que choram e dos que sofrem, sem nos preocuparmos com a frivolidade do imediatismo ou com os aplausos perturbadores da ovação sistemática, daqueles que compactuam com a criminalidade e nos exigem o mesmo sorriso diante dos perdulários, como dos esmagadores impiedosos, dos provocadores das lágrimas, com eles concordando, em detrimento de quantos padecem as constrições lamentáveis da infância e do sofrimento de que se fazem responsáveis.
Criminosos não são apenas os que fazem correr o sangue, ou caminham sobre cadáveres, mas também os que subtraem nos preços, que geram infelicidade, que destroçam alegrias, fomentam viciações. Também o são as mentes que se refestelam na comodidade distante e ociosa e que detêm nas mãos as rédeas do poder, da dominação, e esperam de nós outros a submissão, o aplauso e o gáudio.
Jesus veio sobrepor-se ao status humano e a Sua Doutrina renascida pela mensagem kardequiana está por cima de todas as miserandas mancomunações em que se comprazem os adoradores do "bezerro de ouro" e do triunfo terrestre, a concitar-nos aos gestos estóicos e audazes, para que a palavra de Vida Eterna permaneça límpida, cristalina e pulcra, transformando homens, modificando roteiros humanos, a fim de que, a seu tempo, retifique a estrutura social e emocional do planeta terrestre, ora enfermiça e descontrolada.
Não nos preocupemos, portanto, em competir com as doutrinas que passam a jazer nos próprios escombros, tentando tomar-lhes o lugar.
Não deve ser da nossa preocupação imediata substituir, tomar lugares vazios e exercer posições, tornando-nos novos condutores e líderes da Humanidade atormentada.
A informação espírita é um convite a maduras reflexões, não ao entusiasmo fugaz; é um apelo ao recolhimento, não à venalidade; é um impositivo à transformação interior, não à troca de rotulagem externa, não às posições rutilantes nem às situações de primazia na transitoriedade do mundo...
Cuidemos de aprofundar a mente e o coração nas preciosas palavras do Codificador e dos Espíritos da Luz, estudando o Espiritismo e fazendo não só que cada Casa Espírita seja um Templo, mas, sobretudo, se transforme numa Escola de iluminação de consciências e sabedoria, onde se criem hábitos salutares e o amor mantenha sua substância, conduzindo as almas para o aprisco do Cristo, nosso eterno e incessante Condutor.
Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Enfoques Espíritas – Cap. 36
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