domingo, 16 de agosto de 2020

Os descobridores do homem

Os descobridores do homem

Neio Lúcio



Finda a leitura de alguns trechos da história de Jó, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo­-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem ­humorado: 

— Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao Trono do Eterno. E, porque vários Arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o Céu, determinou a Divina Sabedoria fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar­-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura. Para isso, os Anjos Educadores, a serviço do Altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados: a Necessidade, o Dinheiro, o Poder e a Cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis. 

A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-­lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando­-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo. 

Chegou, então, a vez do Dinheiro. Acercou-­se do homem e conferiu-­lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou­-se da caridade e, afastando­-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral. 

Vitorioso na segunda prova, veio o Poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade. O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da Providência Celestial e usou o Poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera. 

Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela Cólera. De maneira a sondar­-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-­se dum servo fraco e ignorante e tocou-­lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade. O devoto não resistiu. Intensa onda sanguínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras. Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranquilidade, quando, porém, a Cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando­-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-­se nas vibrações gloriosas da vida superior.

Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação. Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou: 

— Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-­se ao Céu, determina o Pai Amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras. A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da Necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do Dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caem, desastradamente, pelas insinuações do Poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da Cólera, que vem ao círculo do homem anotar­-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna. 

O Mestre calou­-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.

Neio Lúcio por Chico Xavier do livro:
Jesus no Lar

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