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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

⁠Fé, Esperança, Consolações

Fé, Esperança, Consolações

Léon Denis



A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode transpassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.

Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores.

Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.

Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime farol aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.

É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso e dele se torna totalmente cativa. Na sua impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob esse aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas consequências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.

Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la.

Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.

A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interior.

A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.

Para produzir tais resultados, necessita a fé repousar na base sólida que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensamento. Em vez de dogmas e mistérios, cumpre-lhe reconhecer tão-somente princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.

A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e segurança.

Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a alma é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis?

Essencializados da ideia de que esta vida não é mais que um instante no conjunto da integral, suportaremos, com paciência, os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem dar-nos-á o poder de dominar as mesquinharias presentes e de nos colocarmos acima dos vaivéns da fortuna. Assim, sentir-nos-emos mais livres e mais bem armados para a luta.

O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encontrar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus. Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.

Mas essa fé poucos, ainda, possuem. O Espírito de Verdade tem falado à Terra, mas insignificante número o tem ouvido atentamente. Entre os filhos dos homens, não são os poderosos os que o escutam e, sim, os humildes, os pequenos, os deserdados, todos os que têm sede de esperança. Os grandes e os afortunados têm rejeitado os seus ensinos, como há dezenove séculos repeliram o próprio Cristo. Os membros do clero e as associações sábias coligaram-se contra esse “desmancha-prazeres”, que vinha comprometer os interesses, o repouso e derruir-lhes as afirmações. Poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessarem que se enganaram. O orgulho escraviza-os totalmente! Preferem combater durante toda a vida esta verdade ameaçadora que vai arrasar suas obras efêmeras. Outros, muito secretamente, reconhecem a beleza, a magnitude desta doutrina, mas se atemorizam ante suas exigências morais. Agarrados aos prazeres, almejando viver a seu gosto, indiferentes à existência futura, afastam de seus pensamentos tudo quanto poderia induzi-los a repudiar hábitos que, embora reconheçam como perniciosos, não deixam de ser afagados. Que amargas decepções irão colher por causa dessas loucas evasivas!

A nossa sociedade, absorvida completamente pelas especulações, pouco se preocupa com o ensino moral. Inúmeras opiniões contraditórias chocam-se; no meio desse confuso turbilhão da vida, o homem poucas vezes se detém para refletir.

Mas todo ânimo sincero, que procura a fé e a verdade, há de encontrá-la na revelação nova. Um influxo celeste estender-se-á sobre ele a fim de guiá-lo para esse sol nascente, que um dia iluminará a Humanidade inteira.

Léon Denis dos livros:
Depois da Morte e O Caminho Reto
Nota:  O livro: O Caminho Reto,  é a quinta parte do livro Depois da morte. 
(RDB)
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- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O estudo

O estudo

Léon Denis



O estudo é a fonte de ternos e puros gozos; liberta-nos das preocupações vulgares e faz-nos esquecer as tribulações da vida. O livro é um amigo sincero que nos dá bons augúrios nas horas felizes, bem como nas ocasiões críticas. Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima, e não ao livro frívolo, que diverte e, muitas vezes, desmoraliza. Ainda não nos compenetramos bem do verdadeiro caráter do bom livro.

É como uma voz que nos fala através dos tempos, relatando-nos os trabalhos, as lutas, as descobertas daqueles que nos precederam no caminho da vida e que, em nosso proveito, aplanaram as dificuldades.

Não será grande felicidade o podermos neste mundo comunicar pelo pensamento com os Espíritos eminentes de todos os séculos e de todos os países? Eles puseram no livro a melhor parte da sua inteligência e do seu coração. Conduzem-nos pela mão, através dos dédalos da História; guiam-nos para as altas regiões da Ciência, das Artes e da Literatura. Ao contato dessas obras que constituem o mais precioso dos bens da Humanidade, compulsando esses arquivos sagrados, sentimo-nos engrandecer, sentimo-nos satisfeitos por pertencermos a raças que produziram tais gênios. A irradiação do seu pensamento estende-se sobre nossas almas, reaquecendo-nos e exaltando-nos.

Saibamos escolher bons livros e habituemo-nos a viver no meio deles, em relação constante com os Espíritos elevados.

Rejeitemos com objetivismo as obras pérfidas, escritas para lisonjear as paixões vis. Acautelemo-nos dessa literatura relaxada, fruto do sensualismo, que deixa em sua passagem a corrupção e a imoralidade. A maior parte dos homens pretende amar o estudo, e objeta que lhe falta tempo para se entregar a ele. Mas, quantos nessa maioria consagram noites inteiras ao jogo, às conversações ociosas? Alguns replicam que os livros custam caro; entretanto, em prazeres fúteis e de mau gosto, despendem mais dinheiro do que o necessário para a aquisição de uma rica coleção de obras.

Além disso, o estudo da Natureza, o mais eficaz, o mais confortável de todos, nada custa.

A ciência humana é falível e variável; a Natureza não. Esta nunca se desmente. Nas horas de incerteza e de desânimo voltemo-nos para ela. Como uma mãe, a Natureza então nos acolherá, sorrirá para nós, acalentar-nos-á em seu seio. Irá falar-nos em linguagem simples e terna, na qual a verdade está
despida de atavios e de fórmulas; porém, essa linguagem pacífica poucos sabem escutar e compreender. O homem leva consigo, mesmo no fundo das solidões, essas paixões, essas agitações internas, cujos ruídos abafam o ensino íntimo da Natureza. Para discernir a revelação imanente no seio das coisas é necessário impor silêncio às quimeras do mundo, a essas opiniões turbulentas, que perturbam a paz dentro e ao redor de nós. Então, todos os ecos da vida política e social calar-se-ão, a alma perscrutará a si própria, evocará o sentimento da Natureza, das leis eternas, a fim de comunicar-se com a Razão Suprema.

O estudo da Natureza terrestre eleva e fortifica o pensamento; mas, que dizer das perspectivas celestes?

Quando a noite tranquila desvenda o seu zimbório estrelado, quando os astros começam a desfilar, quando aparecem as multidões planetárias e as nebulosas perdidas no seio dos espaços, uma claridade trêmula e difusa desce sobre nós, uma misteriosa influência envolve-nos, um sentimento profundamente religioso invade-nos. Como as vãs preocupações sossegam nessa hora! Como a sensação do desconhecido nos penetra, subjuga-nos e faz-nos dobrar os joelhos! Que muda adoração se nos eleva então do ser!

A Terra, frágil esquife, voga nos campos da imensidade. Impulsionada pelo Sol poderoso, ela foge. Por toda parte ao seu redor, o espaço; por toda parte, belas profundezas que ninguém pode sondar sem vertigem. Por toda parte, também, a distâncias enormes, mundos, depois mundos ainda, ilhas flutuantes, embaladas nas ondas do éter. O olhar recusa-se a contá-las, mas o nosso espírito considera-as com respeito, com amor. Suas sutis irradiações atraem-no.

Enorme Júpiter! E tu, Saturno, rodeado por uma faixa luminosa e coroado por oito luas de ouro; sóis gigantes de fogos multicores, esferas inumeráveis nós vos saudamos do fundo do abismo! Mundos que brilhais sobre nossas cabeças, que maravilhas encobris vós? Quereríamos conhecer-vos, saber quais os povos, quais as cidades estranhas, quais civilizações se desenvolvem sobre vossos vastos flancos! Um instinto secreto diz-nos que em vós reside a felicidade, inutilmente procurada aqui na Terra.

Mas, por que duvidar e temer? Esses mundos são a nossa herança. Somos destinados a percorrê-los, a habitá-los. Visitaremos esses arquipélagos estelares e penetraremos seus mistérios. Nenhum obstáculo jamais deterá o nosso curso, os nossos impulsos e progressos, se soubermos conformar nossa vontade às leis divinas e conquistar pelos nossos atos a plenitude da vida, com os celestes gozos que lhe são inerentes.

Léon Denis dos livros:
Depois da Morte e O Caminho Reto
Nota:  O livro: O Caminho Reto,  é a quinta parte do livro Depois da morte. 
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sexta-feira, 1 de março de 2024

Doçura, Paciência, Bondade

Doçura, Paciência, Bondade

Léon Denis




Se o orgulho é o germe de uma multidão de vícios, a caridade produz muitas virtudes. Desta derivam a paciência, a doçura, a prudência. Ao homem caridoso é fácil ser paciente e afável, perdoar as ofensas que lhe fazem. A misericórdia é companheira da bondade. Para uma alma elevada, o ódio e a vingança são desconhecidos. Paira acima dos mesquinhos rancores, é do alto que observa as coisas. Compreende que os agravos humanos são provenientes da ignorância e por isso não se considera ultrajada nem guarda ressentimentos. Sabe que perdoando, esquecendo as afrontas do próximo, aniquila todo germe de inimizade, afasta todo motivo de discórdia futura, tanto na Terra como no espaço.

A caridade, a mansuetude e o perdão das injúrias tornam-nos invulneráveis, insensíveis às vilanias e às perfídias: promovem nosso desprendimento progressivo das vaidades terrestres e habituam-nos a elevar nossas vistas para as coisas que não possam ser atingidas pela decepção.

Perdoar é o dever da alma que aspira à felicidade. Quantas vezes nós mesmos temos necessidade desse perdão? Quantas vezes não o temos pedido? Perdoemos a fim de sermos perdoados, porque não poderíamos obter aquilo que recusamos aos outros. Se desejamos vingar-nos, que isso se faça com boas ações. Desarmamos o nosso inimigo desde que lhe retribuímos o mal com o bem. Seu ódio transformar-se-á em espanto e o espanto, em admiração. Despertando-lhe a consciência obscurecida, tal lição pode produzir-lhe uma impressão profunda. Por esse modo, talvez tenhamos, pelo esclarecimento, arrancado uma alma à perversidade.

O único mal que devemos salientar e combater é o que se projeta sobre a sociedade. Quando esse se apresenta sob a forma de hipocrisia, simulação ou embuste, devemos desmascará-lo, porque outras pessoas poderiam sofrê-lo; mas será bom guardarmos silêncio quanto ao mal que atinge nossos únicos interesses ou nosso amor-próprio.

A vingança, sob todas as suas formas, o duelo, a guerra, são vestígios da selvageria, herança de um mundo bárbaro e atrasado. Aquele que entreviu o encadeamento grandioso das leis superiores, do princípio de justiça cujos efeitos se repercutem através das idades, esse poderá pensar em vingar-se?

Vingar-se é cometer duas faltas, dois crimes de uma só vez; é tornar-se tão culpado quanto o ofensor. Quando nos atingirem o ultraje ou a injustiça, imponhamos silêncio à nossa dignidade ofendida, pensemos nesses a quem, num passado obscuro, nós mesmos lesamos, afrontamos, espoliamos, e suportemos então a injúria presente como uma reparação. Não percamos de vista o alvo da existência que tais acidentes poderiam fazer-nos olvidar. Não abandonemos a estrada firme e reta; não deixemos que a paixão nos faça escorregar pelos declives perigosos que poderiam conduzir-nos à bestialidade; encaminhemo-nos com ânimo robustecido. A vingança é uma loucura que nos faria perder o fruto de muitos progressos, recuar pelo caminho percorrido. Algum dia, quando houvermos deixado a Terra, talvez abençoemos esses que foram inflexíveis e intolerantes para conosco, que nos despojaram e nos cumularam de desgostos; abençoá-los-emos porque das suas iniquidades surgiu nossa felicidade espiritual. Acreditavam fazer o mal e, entretanto, facilitaram nosso adiantamento, nossa elevação, fornecendo-nos a ocasião de sofrer sem murmurar, de perdoar e de esquecer.

A paciência é a qualidade que nos ensina a suportar com calma todas as impertinências. Consiste em extinguirmos toda sensação, tornando-nos indiferentes, inertes para as coisas mundanas, procurando nos horizontes futuros as consolações que nos levam a considerar fúteis e secundárias todas as tribulações da vida material.

A paciência conduz à benevolência. Como se fossem espelhos, as almas reenviam-nos o reflexo dos sentimentos que nos inspiram. A simpatia produz o amor; a sobranceria origina a rispidez.

Aprendamos a repreender com doçura e, quando for necessário, aprendamos a discutir sem excitação, a julgar todas as coisas com benevolência e moderação. Prefiramos os colóquios úteis, as questões sérias, elevadas; fujamos às dissertações frívolas e bem assim a tudo o que apaixona e exalta.

Acautelemo-nos da cólera, que é o despertar de todos os instintos selvagens amortecidos pelo progresso e pela civilização, ou mesmo uma reminiscência de nossas vidas obscuras. Em todos os homens ainda subsiste uma parte de animalidade que deve ser por nós dominada à força de energia, se não quisermos ser submetidos, assenhoreados por ela. Quando nos encolerizamos, esses instintos adormecidos despertam e o homem torna-se fera. Então, desaparece toda a dignidade, todo o raciocínio, todo o respeito a si próprio. A cólera cega-nos, faz-nos perder a consciência dos atos e, em seus furores, pode induzir-nos ao crime.

Está no caráter do homem prudente o possuir-se sempre a si mesmo, e a cólera é um indício de pouca sociabilidade e muito atraso. Aquele que for suscetível de exaltar-se deverá velar com cuidado as suas impressões, abafar em si o sentimento de personalidade, evitar fazer ou resolver qualquer coisa quando estiver sob o império dessa terrível paixão.

Esforcemo-nos por adquirir a bondade, qualidade inefável, auréola da velhice, doce foco onde se reaquecem todas as criaturas e cuja posse vale essa homenagem de sentimentos oferecida pelos humildes e pelos pequenos aos seus guias e protetores.

A indulgência, a simpatia e a bondade apaziguam os homens, congregando-os, dispondo-os a atender confiantes aos bons conselhos; no entanto, a severidade dissuade-os e afugenta. A bondade permite-nos uma espécie de autoridade moral sobre as almas, oferece-nos mais probabilidade de comovê-las, de reconduzi-las ao bom caminho. Façamos, pois, dessa virtude um archote com o auxílio do qual levaremos luz às inteligências mais obscuras, tarefa delicada, mas que se tornará fácil com um sentimento profundo de solidariedade, com um pouco de amor por nossos irmãos.

Léon Denis dos livros:
Depois da Morte e O Caminho Reto
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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Questões Sociais

Questões Sociais

Léon Denis




As questões sociais preocupam vivamente a nossa época. Vê-se, não sem espanto, que os progressos da civilização, o aumento enorme dos agentes produtivos e da riqueza e o desenvolvimento da instrução não têm podido extinguir o pauperismo nem curar os males do maior número. Entretanto, os sentimentos generosos e humanitários não desapareceram. No coração dos povos aninham-se instintivas aspirações para a justiça e bem assim anseios vagos de uma vida melhor. Compreende-se geralmente que é necessária uma divisão mais equitativa dos bens da Terra. Daí mil teorias, mil sistemas diversos, tendentes a melhorar a situação das classes pobres, a assegurar a cada um os meios do estritamente necessário. Mas, a aplicação desses sistemas exige da parte de uns muita paciência e habilidade; da parte de outros, um espírito de abnegação que lhes é absolutamente essencial. Em vez dessa mútua benevolência que, aproximando os homens, lhes permitiria estudar em comum e resolver os mais graves problemas, é com violência e ameaças nos lábios que o proletário reclama seu lugar no banquete social; é com acrimônia que o rico se confina no seu egoísmo e recusa abandonar aos famintos as menores migalhas da sua fortuna. Assim, um abismo abre-se; as desavenças, as cobiças, os furores acumulam-se dia a dia.

O estado de guerra ou de paz armada que pesa sobre o mundo alimenta esses sentimentos hostis. Os governos e as nações dão funestos exemplos e assumem grandes responsabilidades, desenvolvendo instintos belicosos em detrimento das obras pacíficas e fecundas. A paixão pela guerra traz tantas ruínas morais quantos destroços materiais. Desperta, atiça as paixões brutais e inspira o desprezo pela vida. Após todas as grandes lutas que têm ensanguentado a Terra, pode-se observar um rebaixamento sensível do nível moral, um recuo para a barbaria. Como se poderiam reconciliar umas classes com outras, apaziguar as más paixões, resolver os problemas difíceis da vida comum, quando tudo nos convida à luta e quando as forças vivas das nações são canalizadas para a destruição? Essa política homicida é uma vergonha para a civilização e os povos devem, antes de tudo, esforçar-se para lhe por um termo, reclamando sonoramente o direito de viver na paz e no trabalho.

Entre os sistemas preconizados pelos socialistas, a fim de obterem uma organização prática do trabalho e uma criteriosa distribuição dos bens materiais, os mais conhecidos são a cooperação e a associação operária; alguns há que vão até ao comunismo. Mas, até à época presente, a aplicação parcial desses sistemas só tem produzido resultados insignificantes. É verdade que, para viverem associados, para participarem duma obra em que se unam e se fundam interesses numerosos, seriam precisas qualidades raras.

A causa do mal e o seu remédio estão, muitas vezes, onde não são procurados e por isso é em vão que muitos se têm esforçado por criar combinações engenhosas. Sistemas sucedem a sistemas, instituições dão lugar a instituições, mas o homem permanece desgraçado, porque se conserva mau. A causa do mal está em nós, em nossas paixões e em nossos erros. Eis o que se deve transformar. Para melhorar a sociedade é preciso melhorar o individuo; é necessário o conhecimento das leis superiores de progresso e de solidariedade, a revelação da nossa natureza e dos nossos destinos, e isso somente pode ser obtido pela filosofia dos Espíritos.

Talvez haja quem não admita essa ideia. Acreditar que o Espiritismo possa influenciar a vida dos povos e facilitar a solução dos problemas sociais é ainda muito incompreensível para as ideias da época. Mas, por pouco que se reflita, seremos forçados a reconhecer que as crenças têm uma influência considerável sobre a forma das sociedades.

Na Idade Média a sociedade era a imagem fiel das concepções católicas. A sociedade moderna, sob a inspiração do materialismo, vê apenas no Universo a concorrência vital, a luta dos seres, luta ardente, na qual todos os apetites estão em liberdade. Tende a fazer do mundo atual a máquina formidável e cega que tritura as existências e onde o indivíduo não passa de partícula ínfima e transitória, saída do nada para, em breve, a ele voltar.

Mas, quanta mudança nesse ponto de vista, logo que o novo ideal vem esclarecer-nos o ser e regular-nos a conduta! Convencido de que esta vida é um meio de depuração e de progresso, que não está isolada de outras existências, ricos ou pobres, todos ligarão menos importância aos interesses do presente. Em virtude de estar estabelecido que cada ser humano deve renascer muitas vezes sobre este mundo, passar por todas as condições sociais, sendo as existências obscuras e dolorosas então as mais numerosas e a riqueza mal empregada acarretando gravosas responsabilidades, todo homem compreenderá que, trabalhando em benefício da sorte dos humildes, dos pequenos e dos deserdados trabalhará para si próprio, pois lhe será preciso voltar à Terra e haverá nove probabilidades sobre dez de renascer pobre.

Graças a essa revelação, a fraternidade e a solidariedade impõem-se; os privilégios, os favores e os títulos perdem sua razão de ser. A nobreza dos atos e dos pensamentos substitui a dos pergaminhos.

Assim concebida, a questão social mudaria de aspecto; as concessões entre classes tornar-se-iam fáceis e veríamos cessar todo o antagonismo entre o capital e o trabalho. Conhecida a verdade, compreender-se-ia que os interesses de uns são os interesses de todos e que ninguém deve estar sob a pressão de outros. Daí a justiça distributiva, sob cuja ação não mais haveria ódios nem rivalidades selvagens, porém, sim, uma confiança mútua, a estima e a afeição recíprocas; em uma palavra, a realização da lei de fraternidade, que se tornará a única regra entre os homens. Tal é o remédio que o ensino dos Espíritos traz à sociedade. Se algumas parcelas da verdade, ocultas sob dogmas obscuros e incompreensíveis, puderam, outrora, suscitar tantas ações generosas, que não se deverá esperar de uma concepção do mundo e da vida apoiada em fatos, pela qual o homem se sente ligado a todos os seres, destinado, como eles, a elevar-se progressivamente para a perfeição, sob o impulso de leis sábias e profundas!

Esse ideal confortará as almas, conduzindo-as, pela fé, ao entusiasmo, e fará germinar por toda parte obras de devotamento, de solidariedade, de amor, que, contribuindo para a edificação de uma nova sociedade, sobrepujarão os atos mais sublimes da antiguidade.

A questão social não abrange somente as relações das classes entre si, abrange também a mulher de todas as ordens, a mulher, essa grande sacrificada, à qual seria equitativo restituir-se os direitos naturais, uma situação digna, para que a família se torne mais forte, mais moralizada e mais unida. A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos na Humanidade. Libertada do jugo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos, em breve, desaparecer o flagelo da guerra.

A filosofia dos Espíritos, ensinando-nos que o corpo não passa de uma forma tomada por empréstimo, que o princípio da vida reside na alma e que a alma não tem sexo, estabelece a igualdade absoluta entre o homem e a mulher, sob o ponto de vista dos méritos. Os espíritas conferem à mulher uma grande parte nas suas reuniões e nos seus trabalhos. Nesse meio ela ocupa uma situação preponderante, porque é de entre elas que saem os melhores médiuns. A delicadeza do seu sistema nervoso torna-a mais apta a exercer essa missão.

Os Espíritos afirmam que, encarnando de preferência no sexo feminino, se elevam mais rapidamente de vidas em vidas para a perfeição, pois, como mulher, adquirem mais facilmente estas virtudes soberanas: a paciência, a doçura, a bondade. Se a razão parece predominar no homem, na mulher o coração é mais vasto e mais profundo.

A situação da mulher na sociedade é, geralmente, escurecida e, muitas vezes, escravizada; por isso, ela é mais elevada na vida espiritual, porque, quanto mais um ser é humilhado e sacrificado neste mundo, tanto maior mérito conquista perante a justiça eterna. 

Esse argumento, contudo, não pode ser invocado por aqueles que pretendem manter em tutela a mulher. Seria absurdo tirar pretexto dos gozos futuros para perpetuar as iniquidades sociais. Nosso dever é trabalhar na medida das nossas forças, para realizar na Terra os desígnios da Providência.

Ora, a educação e o engrandecimento da mulher, a extinção do
pauperismo, da ignorância e da guerra, a fusão das classes na solidariedade, o aperfeiçoamento humano, todas essas reformas fazem parte do plano divino, que não é outra coisa senão a própria lei de progresso.

Entretanto, não percamos de vista uma coisa: a indefectível lei não pode conceder ao ente humano senão a felicidade individualmente merecida. A pobreza, sobre mundos como o nosso, não poderia desaparecer completamente, porque é condição necessária ao Espírito que deve purificar-se pelo trabalho e pelo sofrimento. A pobreza é a escola da paciência e da resignação, assim como a riqueza é a prova da caridade e da abnegação.

Nossas instituições podem mudar de forma; não nos libertarão, porém, dos males inerentes à nossa natureza atrasada. A felicidade dos homens não depende das mudanças políticas, das revoluções nem de nenhuma modificação exterior da sociedade. Enquanto esta estiver corrompida, as suas instituições igualmente o estarão, sejam quais forem as alterações operadas pelos acontecimentos. O único remédio consiste nessa transformação moral, cujos meios os ensinos superiores fornecem-nos. Que a Humanidade consagre a essa tarefa um pouco do ardor apaixonado que dispensa à política; que arranque do seu coração todo o germe do mal, e os grandes problemas sociais serão dentro em pouco resolvidos.

Léon Denis dos livros:
Depois da Morte e O Caminho Reto
Nota:  O livro: O Caminho Reto,  é a quinta parte do livro Depois da morte. 
(RDB)
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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A Vida Moral

A Vida Moral

Léon Denis



Gravados em si todo ser humano traz os rudimentos da lei moral. É neste mundo mesmo que ela recebe um começo de sanção. Qualquer ato bom acarreta para o seu autor uma satisfação íntima, uma espécie de ampliação da alma; as más ações, pelo contrário, trazem, muitas vezes, amargores e desgostos em sua passagem. Mas essa sanção, tão variável segundo os indivíduos, é muito vaga, muito Insuficiente do ponto de vista da justiça absoluta. Eis por que as religiões transferiram para a vida futura, para as penas e recompensas que ela nos reserva, a sanção capital de nossos atos. Ora, tais dados, carecendo de base positiva, foram postos em dúvida pela maioria das massas, pois, embora tivessem eles exercido uma séria Influência sobre as sociedades da Idade Média, já agora não bastam para desviar o homem dos caminhos da sensualidade.

Antes do drama do Gólgota, Jesus havia anunciado aos homens um outro consolador, o Espírito de Verdade, que devia restabelecer e completar o seu ensino. Esse Espírito de Verdade veio e falou à Terra; por toda parte fez ouvir a sua voz.

Dezoito séculos depois da morte do Cristo, havendo-se derramado pelo mundo a liberdade de palavra e de pensamento, tendo a Ciência sondado os  céus, desenvolvendo-se a inteligência humana, a hora foi julgada favorável. Legiões de Espíritos vieram ensinar a seus irmãos da Terra a lei do progresso infinito e realizar a promessa de Jesus, restaurando a sua doutrina, comentando as suas parábolas.

O Espiritismo dá-nos a chave do Evangelho e explica seu sentido obscuro ou oculto. Mais ainda: traz-nos a moral superior, a moral definitiva, cuja grandeza e beleza revelam sua origem sobre humana.

Para que a verdade se espalhe simultaneamente por todos os povos, para que ninguém a possa desnaturar, destruir, não é mais um homem, não é mais um grupo de apóstolos que se encarrega de fazê-la conhecida da Humanidade. As vozes dos Espíritos proclamam-na sobre todos os pontos do mundo civilizado e, graças a esse caráter universal, permanente, essa revelação desafia todas as hostilidades, todas as inquisições. Pode-se destruir o ensino de um homem, falsificar, aniquilar suas obras, mas quem poderá atingir e repelir os habitantes do espaço? Estes aplanarão todas as dificuldades e levarão a preciosa semente até às mais escuras regiões. Dai a potência, a rapidez de expansão do Espiritismo, sua superioridade sobre todas as doutrinas que o precederam e que lhe prepararam a vinda.

Assim, pois, a moral espírita edifica-se sobre os testemunhos de milhões de almas que, em todos os lugares, vêm, pela interferência dos médiuns, revelar a vida de além-túmulo, descrever suas próprias sensações, suas alegrias, suas dores.

A moral independente, essa que os materialistas tentaram edificar, vacila, ao sabor dos ventos, por falta de base. A moral das religiões, como incentivo, adstringe-se sobretudo ao terror, ao receio dos castigos infernais: sentimento falso, que só pode rebaixar e deprimir. A filosofia dos Espíritos vem oferecer à Humanidade uma sanção moral consideravelmente elevada, um ideal eminente, nobre e generoso. Não há mais suplícios eternos; a consequência dos atos recai sobre o próprio ser que os pratica.

O Espírito encontra-se em todos os lugares tal como ele mesmo se fez. Se violenta a lei moral, obscurece sua consciência e suas faculdades, materializa-se, agrilhoa-se com suas próprias mãos. Mas, atendendo à lei do bem, dominando as paixões brutais, fica aliviado e vai-se aproximando dos mundos felizes.

Sob tais aspectos, a lei moral impõe-se como obrigação a todos os que não descuram dos seus próprios destinos. Daí a necessidade de uma higiene d'alma que se aplique a todos os nossos atos e conserve nossas forças espirituais em estado de equilíbrio e harmonia. Se convém submetermos o corpo, este invólucro mortal, este instrumento perecível, às prescrições da lei física que o mantêm em função, urge desde já vigiarmos o estado dessa alma que somos nós, como eu indestrutível e de cuja condição depende a nossa sorte futura. O Espiritismo fornece-nos os elementos para essa higiene da alma.

O conhecimento do porquê da existência é de consequências incalculáveis para o melhoramento e a elevação do homem. Quem sabe onde vai pisa firme e imprime a seus atos um impulso vigoroso. 

As doutrinas negativistas obscurecem a vida e conduzem, logicamente, ao sensualismo e à desordem. As religiões, fazendo da existência uma obra de salvação pessoal, muito problemática, consideram-na de um ponto de vista egoísta e acanhado.

Com a filosofia dos Espíritos, modifica-se, alarga-se a perspectiva. O que nos cumpre procurar já não é a felicidade terrestre, pois neste mundo a felicidade não passa de uma quimera, mas, sim, a melhoria contínua. O meio de a realizarmos é a observação da lei moral em todas as suas formas. 

Com esse ideal, a sociedade é indestrutível: desafia todas as vicissitudes, todos os acontecimentos. Avigora-se nos infortúnios e encontra sempre meios para, no seio da adversidade, superar-se a si mesma. Privada de ideal, acalentada pelos sofismas dos sensualistas, a sociedade só poderá esperar o enfraquecimento; sua fé no progresso e na justiça extingue-se com sua noção de virilidade; muito em breve, será um corpo sem alma e, fatalmente, tornar-se á vítima dos seus inimigos.

Ditoso quem, nesta vida cheia de trevas e embustes, caminha corajosamente para o fim almejado, para o ideal que descortina, que conhece e do qual está certo. Ditoso quem, inspirado em boas obras, se sente impelido por um sopro do Altíssimo. Os prazeres são-lhe indiferentes; as tentações da carne, as miragens enganosas da fortuna não mais dispõem de ascendência sobre ele. Viajor em marcha, só aspira ao seu alvo, e para ele se lança!

Léon Denis

Nota: O texto: "A vida moral", foi publicado originalmente no livro: "DEPOIS DA MORTE". Posteriormente foi lançada uma compilação de textos do autor com referencia a Moral que compuseram o livro: "O CAMINHO RETO", no qual também foi incluído.
RDB

LÉON DENIS


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