terça-feira, 5 de maio de 2015

O tesouro máximo

O tesouro máximo

Emmanuel





Talvez tenhas alcançado a crise das grandes perdas que se nos marcaram no mundo como sendo instantes inolvidáveis de dor.

Assumiste compromissos, de cuja execução companheiros queridos desertaram...

Esposaste deveres de partilha com alguém que te haverá deixado a sós...

Abraçaste empresas de elevação e progresso e te viste com os braços despojados de todos os recursos, no justo momento em que mais necessitavas de proteção...

Arquitetaste os melhores planos na causa do bem e, quando a concretização deles seguia avançada, eis que te reconheceste de espírito desentendido, na transitória convicção de que o mal te batia em triunfo...

Alimentaste altos projetos, quanto ao futuro de seres queridos que tomaram rumo claramente contrário às tuas expectativas...



Provavelmente experimentaste a perda de criaturas amadas que a morte física furtou à convivência, impondo-te o amargo da solidão...

Nessas horas de incertezas e lágrimas, quando tudo de melhor te pareça perdido; quando as vagas do sofrimento te houverem sacudido o barco da existência, através das tempestades de angústia; quando a saudade te envolve em nuvens de tristeza; ou quando a incompreensão te marginalize em tribulações difíceis de suportar; não te entregues ao desânimo, nem te refugies no desespero...

Em quaisquer circunstâncias, nas quais te vejas de coração sozinho, ou empobrecido de forças, contempla a imensidade dos céus, ergue a fronte, enxuga o pranto e caminha para diante, conservando bom ânimo e esperança, porque ainda mesmo quando suponhas haver perdido tudo o que possuías de valioso na Terra, trazes contigo o tesouro máximo da vida, que nenhuma ocorrência do mundo te pode arrancar, porque tens Deus.



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