quarta-feira, 16 de abril de 2025

O tempo do Senhor

O tempo do Senhor

Irmão X.



No lar dos apóstolos em Jerusalém, era Tiago, filho de Alfeu, o mais intransigente cultor dos princípios de Moisés, entre os seguidores da Boa Nova.

Passo a passo, referia-se à alegação do Cristo: “eu não vim destruir a Lei...” e encastelava-se em severa defesa do moisaísmo, embora sustentasse fervorosa lealdade à prática do Evangelho.

Não vacilava em estender braços generosos aos irmãos infelizes que lhe recorressem aos préstimos; contudo, reclamava estrita obediência à pureza dos alimentos, às posturas do hábito, às festas tradicionais e à circuncisão.

Mas, de todos os preceitos, detinha-se particularmente na consagração do chamado “dia do Senhor”. Para isso, compelia todos os companheiros ao estudo e à meditação, à prece e ao silêncio, cada vez que o sábado nascesse, conquanto fossem adiados importantes serviços de assistência e socorro aos necessitados e enfermos que lhes batiam à porta. Dominado de zelo, o apóstolo notara a ausência de Zorobatan ben Assef das orações do culto, com manifesto pesar, Zorobatan, o vendedor de lentilhas, fora-lhe colega de infância na Galileia; no entanto, desde muito vivia nos arredores da grande cidade, viúvo e sem filhos, prestando desinteressado auxílio ao movimento apostólico. Amanhava pequeno campo e negociava os produtos colhidos, depondo a maior parte dos lucros na bolsa de Simão Pedro, para as garantias da casa; entretanto, se vinha à instituição; suarento e cansado nas horas de trabalho exaustivo; era ele, nos instantes da prece, o faltoso renitente.

Várias vezes Tiago mandara portadores adverti-lo, mas porque a situação se mostrasse inalterada por mais de seis meses, deliberou ele próprio repreende-lo, em pessoa, no ambiente rural.

Sobraçando grande rolo com apontamentos do Pentateuco, junto de André, o fiel defensor da Lei, na ensolarada manhã de um sábado de estio, varava trilhas secas  e poeirentas, em animada conversação.

A certo trecho, falou-lhe o companheiro, sensato:

- Consideras, então, que um crente sincero, qual Zorobatan, seja passível de reprimenda simplesmente porque não nos partilhe as assembleias?

- Não tanto por isso – volveu Tiago, dando ênfase aos conceitos – Ele não apenas nos esquece o refúgio, mas também foge de respeitar o terceiro mandamento.

Empregados e vizinhos do seu campo avisam-lhe, cada semana, que ele passa os sábados inteiros em atividade intensiva, recebendo auxiliares adventícios, que lhe revolvem os celeiros e as terras.

E o diálogo continuou:

- Não se trata, porém, de abnegado amigo das boas obras?

- Sem dúvida. E creio igualmente que a fé sem obras é morta em si mesma; contudo, a Lei determina que seja santificado o tempo do Senhor.

- E o próprio Jesus? Não curou nos dias de sábado?

- Não podemos discutir os desígnios do Mestre, de vez que a nós cabe reverencia-los tão somente... Se ele mesmo lia os Sagrados Escritos nas sinagogas, nos dias de repouso, ensinando-nos a orar, não vejo como desmerecer as veneráveis prescrições.

André solicitou alguns instantes e voltou a observar:

- Se uma de nossas crianças caísse no poço, dia de sábado, não deveríamos salva-la?

- Sim – concordou Tiago – mas nos sábados subsequentes, ser-nos-ia obrigação prender todas as crianças em recinto adequado, para que a impropriedade não se repetisse.

- E se fosse um animal de trabalho, um burro prestimoso, por exemplo, que viesse a tombar em cisterna profunda? Seria lícito deixa-lo morrer à míngua de todo amparo, porque o desastre ocorresse num dia determinado para o descanso?

- Não exitaria em socorrer o burro – disse o interlocutor, sole – mas vendê-lo-ia, de imediato, para que não voltasse a ocasionar transtorno semelhante.

Nesse ponto do entendimento, a pequena casa de Zorobatan surgiu à vista.

No átrio limpo e singelo, erguia-se mesa tosca e, junto à mesa, magras mulheres lavavam pratos de madeira. Velhos doentes arrastavam-se em torno, enquanto meninos esquálidos traziam frutos, do depósito de provisões.

Apesar da pobreza em derredor, todos os semblantes irradiavam alegria.

À curta distância, Tiago viu Zorobatan que vinha do interior, carregando enorme vasilha fumegante.

Surpreendido, escutou-lhe a palavra, chamando os presentes para a sopa que oferecia, gratuita, ao mesmo tempo em que tornava à cozinha para buscar nova remessa.

Sentaram-se todos os circunstantes, nos quais o apóstolo anotou a presença de alijados e enfermos, viúvas e órfãos, que ele próprio já conhecia desde muito.

Aproximou-se, no entanto, da porta e esperava que o amigo regressasse ao pátio, de modo a exprimir-lhe a desaprovação que lhe rugia nalma, quando viu Zorobatan sair da intimidade doméstica, arfando de fadiga, ao peso de recipiente maior. Desta vez, porém, um homem de olhar brando vinha, junto dele, apoiando-lhe as mãos calosas, para que o precioso conteúdo não se perdesse.

O visitante, irritado, dispunha-se a levantar a voz, quando reconheceu no ajudante desconhecido o próprio Cristo que ele, só ele Tiago, conseguiu ver...

-Mestre!... – exclamou entre perplexo e constrangido.

-Sim, Tiago – respondeu Jesus sem se alterar -, agradeço as preces com que me honram, mas devo estar pessoalmente com todos aqueles que auxiliam os nossos irmãos por amor de meu nome...

Com grande assombro para André, o velho apóstolo, em pranto mudo, largou o rolo da Lei sobre um montão de calhaus superpostos, segurou também a panela e começou a servir.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Senda para Deus

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.


terça-feira, 15 de abril de 2025

Richard Simonetti / Em espírito e verdade - Um encontro com Deus

Em espírito e verdade - Um encontro com Deus

Richard Simonetti




 

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.

O porquê do sofrimento humano

O porquê do sofrimento humano

Clóvis Tavares


Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer, pois tudo o que o homem semear, isso mesmo ceifará. (Gal - 6:7)
Caros ouvintes:

Um distinto amigo, que se refugiou em desguardado anonimato, me pergunta por carta, para resposta em microfone, o porquê dessas diferenças tão notáveis e constantes da vida humana. Por que, indaga, uns gemem debaixo de padecimentos insuportáveis, ao passo que outros parecem sofrer menos, ou sofrer muito pouco e estão cercados, estes últimos, de recursos que lhes minoram rápida e facilmente os padecimentos?

Dizes bem, amigo: “outros parecem sofrer menos”. Sim, porque realmente todos sofrem. Hoje, uns, amanhã outros, sem nos esquecermos que ontem já sofreram também outros. Sofreram, sofrem, sofrerão todos...

O que estranhas contudo, parece-me, não é propriamente a universalidade da dor e sim, amigo, a desproporção com que o sofrimento é distribuído entre os homens. Sim amigo, são tristes as paisagens humanas que contemplamos por toda a parte: viúvas na miséria ou entre os esconderijos da pobreza envergonhada. Infelizes leprosos, abandonados humilhados e tristes. Tuberculosos sem recursos, a caminho da morte. Criancinhas sem pão, sem fé e sem carinho na putrescência dos bairros miseráveis, ou já pivetes de sarjetas e dos bulevares. Os desequilibrados mentais, repudiados pelos próprios familiares, em número assustadoramente crescente. Os farrapos humanos abandonados nas salas de indigentes dos hospitais, ou nas esteiras podres de cortiços, ou estirados as portas de grandes edifícios, ante a indiferença dos poderes públicos e da sociedade bem nascida e bem posta, a mostrar o esquecimento da parábola do bom samaritano. As populações abandonadas, enfermiças, ignorantes, supersticiosas, delinquentes do interior, sem amparo para o seu trabalho, sem
alfabeto para seus pequeninos, sem higiene, sem educação, sem a benção dos sentimentos religiosos e verdadeiros... Corações crucificados em dores morais e ninguém vê... E o que mais estranhas, acima de tudo, é a existência de criaturas dignas e generosas, conhecendo os rigores de vidas difíceis, ao lado de indivíduos desalmados e desonestos que prosperam rapidamente. Uns conhecem de perto a amargura dos salários de escárnio. Outros se refestelam no conforto que não lhes custou suor nem trabalho.

Diante de quadros de aparente desajustamento, muitos perguntam aflitos ou revoltados: “Se Deus é justo, porque essas injustiças?”

Já que crês em Deus, meu amigo desconhecido, deixa-me repetir-te: Deus é justo, sim Deus é a suprema justiça, intangível, inefável, e uma lei de justiça suprema preside os destinos dos homens. Não vejamos iniquidade nessas paisagens desoladoras da sociedade terrestre. Não há injustiça, meu amigo, nesses contrastes chocantes. Crê, por Deus, crê que em tudo se manifesta o cumprimento de leis soberanas e sábias que nossas inteligências acanhadas ainda não alcançam totalmente, nem imediatamente. Existem causas ignoradas nas tribulações mais ásperas. O supremo tribunal dos céus nunca funcionou com parcialidade. Podes crer que lá no alto, onde a verdade mora e a justiça pontifica, não há tiranos caprichosos nem juízes venais.

Não há senão aparência de injustiça no capítulo da dor que atinge o homem.

Não sei se soará bem aos teus ouvidos o nome de Allan Kardec. É possível que não. Conto, porém, com sua mentalidade arejada. Confio no teu coração bem dotado de sentimentos evangélicos. Podes, assim, ouvir a magnífica advertência apostólica de São Paulo aos cristãos tessalonicenses: “Examinais tudo; retende o bem”. (I Tes. 5:21).

Lembra-te, amigo, de que o nome de Jesus Cristo não soava bem aos ouvidos dos sacerdotes de Jerusalém, ciosos dos ensinos dos profetas e orgulhosos da cátedra de Moisés. O nome do meigo Nazareno, nosso Salvador, também não era agradável aos ouvidos dos escribas de seu tempo, ortodoxos, dogmáticos, pretensiosos, agarrados fanaticamente a “letra que mata” das Escrituras Sagradas. O nome de Paulo de Tarso, o grande São Paulo, para as comunidades jamaicas (*) de sua época, simbolizava também a heresia sinistra e perigosa. E através dos séculos, para os religiosos autossuficientes e endurecidos de coração, todos os missionários de Deus, todos os espíritos mais nobres, que trazem a bênção do alto, uma palavra reformadora, um poder desconhecido, um coração consagrado no bem, são sempre “hereges”, “demônios”, “infiéis”, “satanazes”... Todos sofrem o desprezo de seu tempo, todos recebem no coração os dardos inflamados das perseguições cruentas ou incruentas. Basta recordarmos alguns expoentes da Hora Cristã, verdadeiros enviados de Deus: João, o Evangelista, Crisóstomo, Francisco de Assis, Joana D’Arc, João Huss, Teresa D’Ávila, João da Cruz, Martinho Lutero, Giordano Bruno, Vicente de Paulo, Savonarola, Allan Kardec, Sundar Singh.
Nota:(*)  Comunidades Jamaicas:  - Habitantes nativos da região.
RDB
Espero pois, que ouças, sem desequilíbrios de paciência, alguma coisas do grande sábio francês, filosofo eminente, reformador religioso, que codificou a doutrina Espírita – Allan Kardec.

No capítulo 5 de seu maravilhoso O Evangelho Segundo o Espiritismo (livro que podes ler com grande proveito para tua alma), Kardec nos ensina que as tribulações da vida terrestre são de duas espécies, ou, se preferirmos, “promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Uma tem sua causa na vida presente; outras fora desta vida”.

Lembra em seguida o codificador, os sofrimentos que tem sua origem no caráter e no procedimento daqueles que o suportam:
“Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vitimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mal proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero! Quantos pais são infelizes em seus filhos porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germes do orgulho, do egoísmo, e da tola vaidade, que produzem a secura no coração; depois mais tarde, quando colhem o que semeiam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.”
Não são justas essas declarações de Allan Kardec?

Não creia, pois, nas ideias de alguns espiritistas, mais ou menos simplórios e alérgicos ao estudo e ao raciocínio, que buscam sempre “uma causa no passado” para explicar todas as dores do homem sobre a terra...

Muitas e muitas vezes, na verdade, existem raízes dos males presentes em anteriores encarnações da alma, em pretéritos às vezes bem distante. Contudo, são inumeráveis as aflições consequentes do mau procedimento do homem, nos mesmos dias desta sua vida.

Os exemplos que Kardec cita são admiráveis. Não conheces, por ventura, muitos casos de sofrimento originados do orgulho? A autossuficiência é uma fabrica de lágrimas...

Não sabes que há legiões de enfermos, vitimas de cruéis padecimentos – da tuberculose à loucura - porque se entregaram, animalescamente, às emoções inferiores, aos excessos e desvios sexuais de todo o gênero?

Não conheces, por acaso, a estatística dolorosa dos lares infelizes, porque nascidos apenas de magnetizante sedução carnal ou da ambição da fortuna do sogro? O sex appeal e a auri sacra fames tem arruinado milhões de homens e de mulheres...

E os padecimentos de pais e mães, resultante de sua ternura cega e vazia, ou dessa criminosa hipertrofia de liberdade em que vivem meninos e meninas? Não há de fato, muitas lágrimas que são filhas da sedução familiar?

E os resultados, sempre fatais, da avareza? E as funestas surpresas da prodigalidade? E os rebentos amargos de ódios cozinhados na mente revoltada? E o doloroso ensarilhar de armas depois das batalhas domésticas? E os sofrimentos oriundos da preguiça, da tirania patronal, do autoritarismo político, da desonestidade profissional, da indisciplina revolucionária, da hipocrisia religiosa?

Não são sofrimentos que tem suas causas nesta mesma existência presente?

Permite agora, amigo, que nos distanciemos em busca de outros quadros reais da vida.

Que me dizes desses acontecimentos dolorosos que não se explicam por causas nem motivos conhecidos?

Já pensastes nas catástrofes coletivas, multiplicando sofrimentos crudelíssimos? Onde o porquê dos acidentes imprevisíveis, dos desastres dolorosos, em que centenas e até milhares de criaturas são arremessadas no país do horror?

Podes explicar também todas as enfermidades de nascença? Explicação ou justificação de ordem moral, espiritual, é lógico. Pensa bem: por que os pequeninos monstros, surpresas amargas num ninho doméstico? Por que os sofrimentos insuportáveis num corpinho infantil? Que mal, que pecado, que crime cometeu essa criança... para sofrer tanto? – indagarás, como perguntam tantos, como interroga Afonso Celso no seu soneto famoso... “Em verdade é um doloroso mistério a morte de uma criança”, sente Anatole France. E que me dizes, se essa morte tem um prefácio de padecimentos torturantes, na mesa fria de um cirurgião incompetente ou na esteira suja de um barracão?

Escuta uma vez mais Allan Kardec, meu amigo, sobre esses problemas que, diz o eminente pensador:
“Ainda nenhuma filosofia pode resolver, anomalias que nenhuma religião pode justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, e se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente indeterminada após a permanência de alguns instantes na terra... Todavia, em virtude do axioma segundo o qual “todo efeito tem uma causa”, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa, e desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa.”
Quais serão pois, as causas dos efeitos dolorosos (que são os padecimentos humanos) se não as achas, dentro da lógica, na vida presente?

Sei que tua inteligência não faria do Criador do universo um ditador caprichoso, nem concluiria levianamente e totalmente que os filhos pagam pelos pecados dos pais e dos bisavós...

Se cremos que Deus é justo, havemos de aceitar que as causas são naturalmente justas. E se não as encontramos a motivação de determinado sofrimento na vida atual, “há de ser anterior a esta vida, isto é, há de estar em existência precedente”, diz Allan Kardec:
“Por outro lado, diz o codificador, não podendo Deus punir alguém pelo que fez, nem, pelo mal que não fez, se somos punidos é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e nem que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus. O homem, pois, nem sempre é punido completamente em sua existência atual; mas, não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo de que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio, que, a primeira vista, parece imerecido, tem sua razão de ser e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: “Perdoa-me Senhor, porque pequei”.
Terminando, meu amigo, quero dizer-te que a lei da reencarnação, se a estudares bem, oferecerá à tua mente sequiosa, as verdadeiras soluções dos problemas humanos.

O que muitos filósofos antigos e modernos não te podem ofertar ao espírito insatisfeito, encontrarás na admirável filosofia científica do Espiritismo Evangélico, que te oferece a Água da Vida, daquela mesma fonte Divina, que é Jesus Cristo.

Estuda a abençoada doutrina que destruiu a morte, exilou o materialismo e abriu aos corações humanos as portas de Ouro da Vida Imortal, oferecendo-lhes uma síntese que é ciência, filosofia e religião.

Estuda-a, meu amigo. E esse montão de problemas que te inquietam – o mistério da consciência, a manifestação dos instintos, sensações e percepções, os problemas da personalidade e do caráter, da mediunidade e do misticismo, os enigmas da vida e da morte – todas as inquietantes perguntas que fazes à ti mesmo e as páginas dos livros, terão respostas que te deslumbrarão.

Levantarás o véu de Isis. Descobrirás um Novo Mundo, Subirás Himalaias. Teus joelhos se dobrarão no cume da montanha dessa Nova Luz e teu coração glorificará o Deus Vivo, Criador do céu e da terra. Entoarás um novo Magnificante no silencio de teu encantamento... Possuirás, finalmente, aquela “riqueza que o ladrão não rouba e a traça não roí”, de que fala Jesus em seu Evangelho. Estarás feliz no seio da Grande Luz Que não se Apaga e Deus estará contigo, tanto quanto estarás com Ele, para sempre!

(Na Rádio Continental, em 30 de janeiro de 1960)

Clóvis Tavares do livro:
Sal da Terra
- Antologia organizada por Flávio Mussa Tavares

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.



segunda-feira, 14 de abril de 2025

A ingratidão e o amor

A ingratidão e o amor

Richard Simonetti



As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?

Fora um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.

Questão nº 938 (O Livros dos Espíritos)

No extenso dicionário das mazelas humanas, a ingratidão ocupa lugar de destaque.

Na indiferença ante benefícios reçebidos e nas ações que representam uma omissão diante de eventuais necessidades do benfeitor ou até mesmo venham a prejudicá-lo, temos flagrantes demonstrações do egoísmo humano.

Tudo isso está presente na mais execrável e comprometedora ingratidão: a dos filhos.

Impossível efetuar um levantamento completo dos benefícios que recebemos de nossos pais, particularmente na infância. É preciso que tenhamos nossos próprios filhos para que possamos avaliar devidamente o assunto.

Não há sacrifícios em favor de alguém que se comparem aos da solicitude materna. Começam pela gravidez, que altera algo extremamente importante para a mulher - a estética corporal -, impondo-lhe deformações das quais nunca se recuperará plenamente. Depois, as dores do parto, a insegurança diante do recém-nascido, as noites de vigília, a ciranda das fraldas e das mamadeiras, as angústias em face de enfermidades, as preocupações que se estenderão por toda a existência em relação ao bem-estar e à felicidade do filho...

- Minha querida - diz experiente mulher a uma jovem em início de gestação - durma bastante, descanse, curta o prazer de cuidar de si mesma. Faça tudo isso agora porque, quando seu filho nascer, nunca mais você terá uma noite de sono inteiramente tranquilo, nem horas inteiramente suas. Sua vida não mais lhe pertencerá...

Ao pai está reservada idêntica carga de cuidados, não tão envolvente e intensa, mas acrescida do compromisso de trazer para a família “o pão de cada dia”.

No entanto, para muitos casais idosos sobram, na velhice, um fundo de quintal, um asilo de luxo, um progressivo distanciamento.

Com a indefectível racionalização humana, a disfarçar o egoísmo, alegam os filhos problemas de convivência, conflito de gerações, caduquice dos velhos, com o que anestesiam a consciência. Esquecem-se de que os pais não fizeram o mesmo quando o “conflito de gerações” envolvia um casal às voltas com a “caduquice” de pirralhos iniciantes na arte de pensar.

- Eu não pedi a meus pais para vir ao Mundo - justificam muitos ingratos.

Ledo engano!

No Plano Espiritual não só pedimos como, não raro, imploramos a casais em disponibilidade que nos dessem a oportunidade de um retorno às experiências humanas, reconhecendo-as indispensáveis à nossa edificação e à solução de problemas cármicos.

Mas há outro lado da questão.

Curioso observar como as mães mais ternas, mais virtuosas, nunca cobram dos filhos os benefícios que lhes prestam.

É que só podemos cobrar o que vendemos. A mãe não “vende” dedicação ao filho porque o faz por amor, que é, em sua manifestação mais pura, um ato de doação.

Esta é uma lição que deveriamos aprender com as mães, a fim de não reclamarmos quando os beneficiários de nossas iniciativas frustrarem nossas expectativas.

Quem cobra gratidão é mero vendedor de benefícios.

Isto aplica-se a tudo o que fazemos em favor de alguém, no lar, na rua, no local de trabalho, na atividade religiosa, na vida social.

Os melindres, os desentendimentos, as decepções surgem quando cobramos amizade, respeito, compreensão, consideração, daqueles aos quais eventualmente tenhamos beneficiado.

Pomos a perder gratificantes oportunidades de servir porque vendemos muito e doamos pouco, no empório de nossas ações.

Quem se doa, em benefício de um filho, de um amigo, de um necessitado, jamais pensa em retribuição.

A recompensa está na própria doação, já que quando assim fazemos, assumimos nossa filiação divina, habilitando-nos a receber em plenitude as bênçãos de Deus, que não se perturba com os ingratos, nem deixa de atendê-los, porquanto, como ensina Jesus, “faz nascer o sol para bons e maus e descer a chuva sobre justos e injustos.

***

O que seria do Cristianismo se Jesus, magoado com a ingratidão dos homens, com a multidão que o insultara, com os amigos que o abandonaram, com os discípulos que se acovardaram, recusasse comparecer ao colégio apostólico, após a crucificação?

E o que fez, diante dos companheiros assombrados com a gloriosa materialização? Revelou-se aborrecido? Criticou-os acremente?

Nada disso!

Jesus simplesmente saudou-os desejando-lhes paz, como nos dias venturosos do passado e, retirando-os do angustiante imobilismo, sedimentou para sempre, em seus corações, a disposição de trabalhar pela edificação do Reino de Deus.

O Mestre demonstrou, em inúmeras circunstâncias, que, se o amor persevera, o ingrato acabará defrontando-se com a própria consciência, que lhe imporá irresistíveis impulsos de renovação.

Richard Simonetti do livro:
Um Jeito de Ser Feliz

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.

domingo, 13 de abril de 2025

No repouso

No repouso

Marco Prisco



Chegada a hora do repouso físico não proscreva da sua mente a consciência dos deveres que persegue.

O Espiritismo lhe informa que o parcial desprendimento pelo sono faculta intercâmbio e comunhão espiritual em outra esfera da vida.

O sono é também porta de serviço para o espírito laborioso e útil.

Prepare-se para dormir, diariamente, com a austera compostura mental com que o cristão deve despertar para servir.

Não se deixe conduzir ao leito quando as forças estiverem no ponto final, atirando-se sobre ele como alguém que deseja, desvalorizando-se, encontrar uma lacuna para o esquecimento total.

Antecipe a esse cansaço dez minutos e faça uma revisão do seu dia: elimine os pensamentos deprimentes; adie a solução de problemas inquietantes; anote correções necessárias de serem aplicadas no dia seguinte; considere se as oportunidades voltassem, como você as aproveitaria; ausculte os próprios sentimentos e verifique se valorizou o dia que finda.

Honre uma página edificante, lendo-a, para transmitir ao seu espirito material, utilizável dentro de alguns instantes, quando desprendido pelo sono.

Ore, entregando-se à Misericórdia Divina que lhe propiciará socorro especifico por meio de Benfeitores devotados.

Dormir não ó somente "descansar no sono" ou "passar as noites".

Oferecer ao corpo o repouso necessário pelo sono representa, também, ampliar oportunidades de crescimento em espírito, brindando-se a si mesmo com a salutar ocasião de sintonizar com as ideias altas que você conduz ao leito, quando se prepara para penetrar o Mundo Espiritual.

Porque a censura psíquica o impeça no dia seguinte de evocar o ocorrido durante a noite, não creia em inconsciência total nas horas do sono.

Há sempre ação nos dois planos da vida.

A máquina física prossegue ao controle de automatismos especiais da organização fisiológica enquanto o espirito adere por sintonia ao que lhe apraz, vinculado a comensais da sua infelicidade, que estabelecem sutis linhas de obsessão punitiva, ou atraído a regiões de serviço edificante, graças ao desejo incontido de libertar-se para ser feliz.

Cultive, portanto, antes do repouso, o conhecimento espírita, preparando-se para as horas do sono, pois há também a probabilidade de você, no dia seguinte, não despertar no corpo físico.


Marco Prisco por Divaldo Franco do livro: 
Ementário Espírita

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.

sábado, 12 de abril de 2025

Algo mais

Algo mais

Meimei




Um crente sincero na Bondade do Céu, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, certo dia, ao Senhor a graça de compreender os Propósitos Divinos e saiu para o campo.

De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento lhe disse:

— Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.

Em seguida, o devoto surpreendeu uma Flor que inundava o ar de perfume, e a Flor lhe contou:

— Minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais impuros.

Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou:

- Confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.

O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas a Árvore continuou:

— Estas rãs são boas amigas. Hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas próprias raízes, contra os vermes da destruição e da morte.

O devoto compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, atingindo uma grande cerâmica.

Acariciou o barro que estava sobre a mesa e o Barro lhe disse:

- Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a tijolos, telhas e vasos.

Então, o devoto regressou ao lar e compreendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.

Meimei por Chico Xavier do livro:
Pai Nosso

Curta nossa página no Facebook:
https://www.facebook.com/regeneracaodobem/

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.
- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.


sexta-feira, 11 de abril de 2025

Comunhão das ideias

Comunhão das ideias

Miramez


As ideias transformam-se em verbo e o verbo é um dos tesouros do Espírito, uma dádiva de Deus a Seus filhos, que podem ofertá-lo sem medo de perda. O Pai, que está nos céus, jamais toma aquilo que oferece por amor. Sua onisciência se resguarda de entregar os valores a quem não está preparado para recebê-lo. Contudo, o Senhor espera de nós os cuidados correspondentes às belezas imortais, cuja expressão relevante é o dom de falar.

Quem usa da palavra sem pensar o que ela significa, e o que pode fazer da distonia nas mentes alheias, quando mal empregada, anda com olhos fechados onde existem inúmeras valas e, algumas delas, de profundidade imprevisível. Se queres educar as tuas conversações com os outros e não sabes por onde começar a disciplina, observa alguns homens que já fazem isso há algum tempo, cola o teu ouvido no que eles dizem, analisa o que eles fazem e tira a tua parte, começando logo a tua corrigenda. Lê livros sobre o assunto e não fiques somente na leitura; estuda, medita e começa, iniciando a mudança no teu falar. Sempre nos primeiros esforços encontrarás dificuldades, mas sem elas, como comprovarias os teus esforços e o teu valor de alma laboriosa em busca da felicidade? Por vezes, até o teu próprio organismo rejeitará as tuas reformas de dicção. Ele não está acostumado com os sons diferentes da música harmoniosa, de uma palavra livre de discórdia, livre de exageros, livre de mentiras desnecessárias, livre de medo, de vingança e de ódio. Ele talvez ande acostumado com o clima da maledicência, com a atmosfera das reclamações indevidas, e, de certo modo, foi instruído por ti nessa escola de ilusões. Cabe a ti, meu filho, educá-lo com perseverança.

Em certos casos, a rejeição pode se transformar em doença, porém, se não soltares as rédeas, como o bom cavaleiro ao cavalo, vencerás, glorificando a Deus, pela oportunidade que tiveste de fazer bem a ti mesmo, com a comunhão das ideias puras, com palavras elevadas. Nada deves asseverar, sem consolidar a tua palavra no bem. Comprova em tua fisionomia, aquilo que falas. As expressões do teu rosto são uma fala sem sons audíveis aos ouvidos da carne; se não modificares a tua aparência, acabarás dizendo o que ela já diz pela mímica da expressão.

Ao levantares pela manhã, recorda a necessidade do bom ânimo, e fixa em tua mente a satisfação, para que o novo dia te premie com novas esperanças.

Se és jovem, não te precipites querendo acelerar o tempo; se os anos já te pesam nos ombros, não esmoreças, nem intentes parar o mesmo tempo; não penses em decadência, nem formules ideias de avanço desordenado. Basta, para um e outro, entender a imortalidade e a eternidade da vida. Avancemos com a feição de Deus, a caminho da luz.

Guarda isso com determinação: a criança, quando nasce, rasga o véu da atmosfera da expectativa que a espera, com a palavra em forma de choro, e o moribundo tem sempre o último dizer. A boca é o instrumento do princípio e do fim. Tens, do berço ao túmulo, um caminho mais ou menos longo, para que eduques o dom de falar, abrindo com isso um roteiro para outras vidas, que te esperam em mais claro alvorecer.

Se soubesses o quanto pesa na tua vida o que falas, terias maior cuidado no dizer e, quanto mais cresce a alma na escala evolutiva, mais grava no tempo e no espaço o que fala. Vejamos uma mostra do que falamos nessa mensagem: "Passarão o céu e a Terra, porém, as minhas palavras não passarão" — Marcos, 13:31.

As palavras são sementes de vida quando provêm de Deus, mas são dardos de fogo quando nascem de sentimentos controvertidos pela ignorância. Comunguemos nossas ideias com os pensamentos de Cristo e falemos, falemos da vida, do amor, da alegria e da esperança, para que os nossos corações possam pulsar ao ritmo da luz, na eternidade de Deus.

Miramez por João Nunes Maia do livro:
Horizontes da Fala

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.



quinta-feira, 10 de abril de 2025

Dor bendita

Dor bendita

Epiphanio Leite



Lembro-te, velho amigo, a triste liderança...
Ajudas-te ao corcel... O corcel rincha e voa...
Ordenas atacar, a trombeta ressoa...
Levas contigo a morte e o sofrimento avança.

Aniquilas a vida, extingues a esperança...
Matas, feres, destróis, envileces à-toa...
Fazem-te chefe e rei, guardas cetro e coroa,
Mas, em plena vitória, o túmulo te alcança!...

Depois de tanto tempo, achei-te reencarnado;
Mendigo sem ninguém, redimes o passado...
Dói-me fitar-te a lepra em calvário imprevisto...

Entretanto, bendize a dor que te consterna,
Por ela, ascenderás à luz da vida eterna,
Para servir ao Bem, entre as hostes do Cristo!...

(Versos dedicados a um companheiro que conheci, há quatro séculos, na condição de guerreiro eminente e rei triunfante, amigo esse que teve a infelicidade de abusar do poder, na prática do mal, e que hoje reencontrei reencarnado, na posição de mendigo, entregue a dolorosas provações, na via pública).

Epiphanio Leite por Chico Xavier do livro:
Vida em Vida

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.