Realidade e ilusão
Joanna de Ângelis
O problema da interpretação da realidade mais avulta quanto melhor se penetra na estrutura das coisas.
A visão inicial, objetiva, capta a imagem do capricho dos átomos, aquilo que eles expressam sob a força da aglutinação de suas moléculas. A medida que se recorrem às lentes de grande alcance, vai mudando a aparência até lograr-se detectar os espaços subatômicos, onde se movimentam as partículas...
No campo psicológico dá-se o mesmo fenômeno. Sob a máscara da personalidade, encontram-se expressões insuspeitáveis da realidade, que somente a largo tempo e com o auxílio das lentes da percepção profunda se consegue identificar.
A criatura humana é um complexo de expressões que se alternam conforme as circunstâncias e se exteriorizam de acordo com os acontecimentos que penetram nas aparências, desvelando a realidade em cada indivíduo. Mesmo essa, periodicamente, cede a outras mais significativas, que se encontram adormecidas e despertam ampliando o seu campo de manifestação, até sobrepor-se predominando e desvelando o ser legítimo.
Na larga viagem da evolução, o Espírito assume inumeráveis expressões comportamentais que lhe imprimem características, a princípio inconscientemente, para em caráter de lucidez burilá-las e ultrapassá-las, qual foco irradiante de luz, momentaneamente velada por uma lâmina de vidro embaçada, que se libertou da película impeditiva.
As experiências da evolução propõem a fixação dos valores legítimos - aqueles que são de duração permanente - enquanto os secundários, que são transitórios, servem apenas como recurso pedagógico para a aprendizagem.
Essas manifestações, que defluem das heranças perturbadoras, formam o quadro dos transtornos psicológicos e outros, que maceram o ser e o levam a estados de angústia, de inquietação, de desordem mental...
Na raiz, portanto, de qualquer transtorno neurótico jaz um conflito moral.
O grande desafio, no processo da seleção de valores, constitui a identificação de quais comportamentos éticos e morais são os recomendáveis.
Uma imensa gama de preconceitos criou uma rede de conceituações hipócritas, que confundem os códigos sociais com os morais, deixando campo para escapismos e justificativas diante de algumas atitudes, assim como geradores de consciência de culpa em outras.
Tal comportamento social tem gerado reflexões que concluem por condutas cínicas, nas quais, pela ausência de padrões corretos, universais, ensejam o desvario, a agressividade, o pessimismo, a anarquia...
Podemos, porém, estabelecer parâmetros para a identificação dos valores éticos de maneira simples e inequívoca: são eles saudáveis em todas as culturas, aceitos e recomendáveis, classificados como expressão do bem, pelos resultados positivos que propiciam. Aqueloutros, os que são reprocháveis pelos danos que ocasionam, em todo lugar têm a mesma figuração, considerados, desse modo, perniciosos, portanto, negativos.
A ação do bem em favor de si mesmo, do grupo social e da comunidade, tendo em vista todos os seres sencientes, constitui um princípio ético imbatível, porque fruto do amor, do respeito à lei natural vigente em toda parte.
Tudo quanto se considera virtude faz parte desse valor ético e dessa moral, que trabalham o ser profundo e o estimulam ao crescimento, ao desdobramento das potencialidades adormecidas.
Da mesma forma, o primarismo e suas manifestações egoístas, quais a perversidade, o desamor, a traição, o ódio, o orgulho e todas as mazelas que perturbam o ser, após a sensação de prazer momentâneo que o ilude, são atitudes prejudiciais, desprezadas por todas as mentes lúcidas e laboriosas, encarregadas do processo de crescimento da Humanidade.
Esses paradigmas oferecem ao ser inteligente os meios para alcançar a realidade superando a ilusão, porquanto portadores das estruturas permanentes do bem-estar, da paz, da autorrealização.
Nessa seleção de valores surge a questão do julgamento, a análise de qual conduta adotar durante os fenômenos da evolução humana.
Em face do prazer embriagador fascina e emula ao gozo, do qual se desperta com tédio, frustração, por efeito da transitoriedade de que se faz intermediário.
Colocando-se a felicidade na satisfação das necessidades fisiológicas e sociais, é inevitável que o despertar seja sempre deprimente, cansativo, destituído de significação real.
Por isso, jornadeiam de uma para outra satisfação as multidões em aturdimento, sempre sedentas de novas experiências, de novos gozos.
O despertar das emoções elevadas elege outra gama de alegrias interiores, que se expressam em júbilos profundos, compensadores, que plenificam, emulando a novas conquistas iluminativas.
A vida psicológica, na busca da realidade, tem como suporte a conduta moral sem conflito, consciente da responsabilidade.
Seguindo um natural processo de superação dos atavismos primitivos, surgem patamares que se vão conquistando, logrando novos descortinos sempre ascensionais.
Cabe ao ser humano, fadado à realidade, superar os obstáculos e superar-se, descobrindo as finalidades existenciais e raciocinando em termos de vida plena, constante, de sabor eterno, iniciar e prosseguir no auto-encontro, mantendo a serenidade no curso da evolução.
Diante de um equívoco, de um fracasso, entesoure-se a experiência e recomece-se o tentame.
A realidade profunda jaz sob a personalidade do ser em trânsito, ainda mergulhado na ilusão, a um passo, certamente, da decisão de conquistá-la e ser feliz.
Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Autodescobrimento - Uma busca interior
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