A palavra nova
José Petitinga
Não penses em te libertares simplesmente dos males que te afligem.
Diligencia também esgotar, até ao fim, o cálice das provas que te marcam os dias.
Não aspires a deixar para depois a experiência que te cabe.
Sê coerente contigo mesmo, aceitando as lições que escolheste.
Não ores solicitando o afastamento da crise. Acolhe a Indicação Divina, pedindo para que se faça o melhor.
Não pretendas expulsar, de qualquer maneira, os Espíritos enfermos que te assediam. Analisa, acima de tudo, a conquista de tua própria tranquilidade com a melhoria de todos eles.
Conserva o ânimo forte e o coração resignado.
À luz do Evangelho Vivo, não vale mais o adiamento sistemático das dores necessárias. Urge suportá-las, sorridentes e confiantes, desde já, onde estivermos, edificando a nossa felicidade real em futuro menos remoto.
Para outros, a compreensão de semelhante imperativo é extremamente difícil e até mesmo absurda, mas nós encontramos dentro dele a verdade mais alta.
A responsabilidade individual é intransferível.
Jesus, testemunhando a realidade imperecedoura há quase dois mil anos, e, ainda agora, retornando-nos ao convívio, através dos arautos do Além, não se propõe a forjar a mediocridade nas almas e sim a criar sentimentos nobilitantes e imarcescíveis.
Rebelar-se velada ou ostensivamente contra as aflições é o lugar comum de todas as existências e de todas as épocas; resignar-se é a palavra nova para ser aplicada com humildade, ante a justiça da Lei.
Fugir da hora difícil é a ânsia ilusória de todos; enfrentá-la com a serenidade de quem lhe reconhece a função e a oportunidade é tarefa de poucos.
Dá-nos o Consolador lenitivo e paz pelas vias do entendimento, por explicar-nos aquilo que nos parecia incompreensível.
A lágrima pacientemente derramada é passaporte para os Planos Superiores.
O Espírito de Verdade não nos veio instituir férias espirituais.
Sofrimento é trabalho purificador.
Cultivemos a conformação sem abraçar a passividade tímida e preguiçosa, mas sim exercendo o acatamento silencioso e operante de quem sente e raciocina com as sábias diretrizes da Vida, por reconhecer, na espontânea sujeição ao dever, o caminho mais curto para a vitória, à luz da imortalidade.
Tenhamos confiança, convictos de que o ensino de Jesus não caducou: — Bem-aventurados os aflitos!
Porque perseguir o brilho fugaz no mundo, se aqui jamais poderemos viver a Eternidade de que somos herdeiros?
Ampliemos a visão, engrandecendo ideais.
Aproveita o instante sublime de maturidade em que a Providência te encontra com forças suficientes para o resgate dos próprios débitos e sofre agradecendo o ensejo de reabilitação e triunfo. Nenhuma dor surge por acaso.
À frente dos transes que nos atingem, a submissão construtiva é a única medida capaz de sustar os prejuízos das atitudes protelatórias.
E, em verdade, toda prova que nos alimpa e aperfeiçoa constitui sempre uma honra conferida pelos Poderes Maiores que, em no-la enviando, nos consideram dignos de vencer hoje, em nós mesmos, a sombra do mal em que falimos ontem.
Envolve a paisagem terrestre em ondas de fraternidade irradiante.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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