Nos caminhos do tempo
Emmanuel
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
Estude sem propagandas atrapalhando o que você quer ler! Dai de graça o que de graça recebestes! "- Fora da caridade não há salvação." Allan Kardec
Nota: Pedro de Camargo, mais conhecido por Vinícius (pseudônimo que adotou e usou por mais de 50 anos), nasceu em Piracicaba (SP) em 7 de maio de 1878. Desde muito jovem abraçou com entusiasmo o Espiritismo, tendo fundado e dirigido em sua terra natal a instituição espírita “Fora da caridade não há salvação”. Por muitos anos presidiu também a “Sociedade de Cultura Artística”, na mesma cidade. Em 1938, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde permaneceu até a sua desencarnação em 11 de outubro de 1966. A partir de 1949, desenvolveu, através do rádio, um programa evangélico de grande proveito para os espíritas. Teve participação destacada nos esforços em prol da unificação do Movimento Espírita Brasileiro que culminaria com a criação do Conselho Federativo Nacional (CFN). Colaborou por dezenas de anos com artigos que primavam pela essência altamente doutrinária e evangélica publicados em Reformador. (Trecho extraído do site da FEB)
"... Eu faço sempre as coisas que são do seu agrad0 (João - 8:29.)
Faça a sua parte, mesmo que seja a modesta contribuição do silêncio.
Dê a mão em auxílio a alguém, embora não disponha de mais, além dela.
Contribua com a homenagem do seu respeito à vida.
Ofereça a parcela que outros não sentem inclinação de doar: varrer uma casa, lavar o chão, enxugar o suor num rosto doentio
Proponha a palavra simples e nobre do perdão, quando surgir oportunidade junto aos contendores que se digladiam.
Sugira o olvido, quando corações aflitos desejarem revidar os remoques sofridos.
Apague a sua presença para que outros sejam vistos, apesar de você reconhecer que o triunfador não é aquele a quem a multidão ovaciona.
Insista no burilamento íntimo. Você sabe que os outros não têm o dever de compreender o que você pensa, enquanto você se propôs espontaneamente a todos atender.
Neste momento, você pode construir a felicidade no coração, facultando novos horizontes à alma sedenta de luz e amplidão.
“Irmãos, quanto ao modo de julgardes, não sejais como crianças; quanto à malícia, sim, sede crianças, mas, quanto ao modo de julgar, sede adultos”. (I Coríntios, 14:20.)
Toda a nossa vida se baseia na confiança.
Ninguém caminha sem testemunho de fé.
O lavrador confia no solo e cultiva a sementeira que lhe assegura a colheita.
O oleiro confia no barro e plasma nele o vaso precioso que lhe garante a subsistência.
O artífice confia na matéria prima e dela retira a utilidade indispensável à civilização.
Nos mínimos atos da experiência comum, sustentamo-nos simplesmente pela fé.
Confiamos no aparelho gastrointestinal e alimentamo-nos, segundo as necessidades que nos são próprias.
Confiamos nos braços e devotamo-nos à tarefa a que o mundo nos concita a desempenhar.
Confiamos na segurança dos pés e tornamos a direção de que carecemos para a desincumbência de nossos próprios deveres.
Confiamos no cérebro e usamo-la nas mais complicadas operações mentais, na extensão progresso comum.
Assim pois, em nos reportando aos problemas da sublime virtude, é imprescindível estabelecer a confiança em nós mesmos.
Decerto, não podemos dispensar a Proteção Divina nos menores empreendimentos de cada dia, entretanto, não podemos olvidar o imperativo da fé em nossa própria capacidade de criar o bem e estendê-lo.
Levantemo-nos na senda que nos cabe trilhar e recordemos o tesouro das oportunidades que brilham em nossas mãos.
O tempo, a saúde, o equilíbrio e o conhecimento são recursos básicos que nos compete mobilizar no do aproveitamento das bênçãos divinas.
Desfaçamos a neblina da hesitação e da dúvida, ao redor de nossos passos, e cumpramos nossas obrigações com a Vida Superior.
Efetivamente é natural mantenhamos nossa fé viva em Jesus, na preservação do nosso próprio conforto, entretanto, é preciso não esquecer que Jesus, por sua vez, guarda a sua fé em nosso concurso para que se lhe materialize, enfim, na Terra, o reino da Paz e do Amor para sempre.
É de senso comum das criaturas iluminadas, que devemos ter dois tipos de conduta, para que possamos estar bem com nós mesmos, copiando, às vezes, certas áreas da política mundana: a ditadura e a democracia.
A ditadura deve ser usada na determinação diante de nós mesmos. Dar ordens severas na correção das nossas atitudes, para que se corrija o que não deve ser feito, aprimorando o Bem em todas as latitudes em que o Amor e a Caridade sejam o ponto sagrado das atenções. Avançar no campo onde o desleixo invadiu a ordem e fez desaparecer a harmonia; revestir-se de coragem para estabelecer a brandura onde a exigência polui os sentimentos de fraternidade e nunca se esquecer de alimentar o respeito em todos os departamentos em que a educação deve instalar-se; definir, no campo imenso da mente, as linhas das atitudes, e não deixar que pensamentos sem disciplina invadam os corredores da fala; policiar permanentemente todos os gestos e manter guarda no que deve ser feito? Essa é a audácia de que deves ser dotado para com o teu mundo interno.
A democracia deve ser ampliada no que tange ao exterior, observando os direitos alheios e capacitando todos os entendimentos para que saibas até onde não deves interferir na vida dos outros, enriquecendo o respeito às criaturas, sabendo ouvir os irmãos em caminho, ajudando-os naquilo que estiver ao teu alcance. Democracia é fraternidade, é entender os direitos dos semelhantes; é, quando falamos, sentirmo-nos na qualidade de ouvintes, dando tempo para que o outro também fale, mostrando sua opinião e, certamente, suas experiências.
A escola externa difere da interna. São duas forças paralelas, mas com objetivos idênticos: a perfeição da criatura. A educação interna objetiva o intercâmbio nas esferas exteriores. O homem que já descobriu a si mesmo é valorizado em todas as dimensões da vida.
A primeira coisa que fazemos, quando desencarnamos, se a nossa disposição for para o bem, é ver o que precisa ser mudado em nossa conduta. Morrer é viajar e o que levamos é somente o que somos. Essa é a realidade. Se já sabemos desta verdade, por que não começarmos a nos educar, quando na carne? Ganhamos tempo, ganhamos espaço e ganhamos paz.
O “esquecermos a nós mesmos”, de que as escolas de iniciação nos falam, é esquecer aquilo em que somos errados. Há muita gente que perde tempo e gasta até dinheiro na autovalorização, esquecendo-se de que nada se faz sem os outros. Quando estamos movidos pela vaidade, queremos nos apresentar sempre com aquilo que ainda não fizemos.
Se fizeste alguma coisa de bom, silencia, que o bem propaga o próprio bem sem a tua intervenção, pelas linhas naturais capazes de falar a verdade sem deturpar a harmonia da própria verdade.
Ganha o teu tempo servindo e não exigindo; amando e não pedindo amor; trabalhando e não explorando o trabalho alheio; abençoando e não pedindo bênçãos, sem que haja o teu esforço na aquisição da tua paz. Determina as tuas diretrizes nas diretrizes do Cristo e conserta a ti próprio, sem exigir que os teus irmãos façam o mesmo. De todo o bem que fizeres, receberás a maior parte. Lembra-te disso, e nunca farás barulho com a melhora da tua conduta.
Cortando tuas arestas internas, o exterior mostrar-te-á novo dia.
“Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia”. (Lucas, 8:17.)