Identidade dos Espíritos
Carlos Bernardo Loureiro
Kardec, em “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, Capítulo XXIV, admite que a identidade dos Espíritos é uma das maiores dificuldades da prática espírita depois da obsessão. É um fato inquestionável. E o mais difícil seria a identificação de personagens antigas que se comunicam, “reduzindo-se a uma possibilidade de apreciação puramente intelectual, em que pesariam, no caso, o “modus vivendi” e o “modus operandi”. Deve-se julgar os Espíritos — adverte Kardec — pela linguagem. Efetivamente: não se pode conceber um Lacordaire ou um Fénelon preocupado com assuntos triviais, pueris, sem qualquer profundidade filosófica. Mas, se o que afirmam reflete apurados conceitos e valores transcendentais, é natural que tais escritos sejam vistos com outros olhos. “É sobretudo nesses casos” — esclarece o Codificador — “que a identidade real se torna uma questão secundária: desde que o Espírito só diz boas coisas, pouco importa o nome que esteja usando”. Entretanto, os mais exigentes consideram que um Espírito que adotasse um nome suposto, ainda que bem-intencionado, estaria cometendo uma fraude.
Kardec, a esse respeito, oferece a seguinte justificativa, levando em conta, porém, que o assunto é assaz delicado:
“A medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintas de sua personalidade desaparecem, de certa maneira, na uniformidade da perfeição, mas nem por isso deixam eles de conservar a sua individualidade. É o que se verifica com os Espíritos superiores. Nessa posição, o nome que tiveram na Terra, numa das mil existências corporais efêmeras por que passaram, nada mais significa...” Mas, como precisamos de nome para fixar as nossas ideias, esses Espíritos podem assumir a identidade d’alguma personagem conhecida, com o qual se identifique.”
E Kardec conclui:
Em resumo: a questão do nome é secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício do lugar que o Espírito ocupa na escala espírita.
Entretanto, a situação é outra quando um Espírito inferior adota um nome respeitável para ganhar confiança e credibilidade. Essa atitude é muito frequente, especialmente quando prevalece um estado de fascinação que anula o senso crítico do médium.
Eis as orientações do Espírito Luiz de França:
“Por mais legitima confiança que lhes inspirem os Espíritos dirigentes de seus trabalhos, há uma recomendação que nunca seria demais repetir e devem ter sempre em mente ao se entregarem ao estudo: a de pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da razão todas as comunicações que receberem; a de não negligenciar, desde que algo lhes pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir as explicações necessárias para formar a sua opinião”.
Em seguida, Kardec estabelece os meios de reconhecer a qualidade dos Espíritos, com base no bom senso e na retidão de juízo:
- não há outro critério para se discernir o valor dos Espíritos senão o bom senso;- julgamos os Espíritos pela sua linguagem e as suas ações;- a linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem qualquer mistura de trivialidade;- não devemos julgar os Espíritos pelo aspecto formal e a correção do seu estilo, mas sondar-lhes o íntimo, analisar suas palavras, pesá-las friamente, maduramente, sem prevenção;- a linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto à substância;- Os Espíritos bons só dizem o que sabem, calando-se ou confessando a sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com segurança, sem se importar com a verdade;- Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e referem com precisão a fatos materiais que não podemos conhecer,- Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia das ideias e das expressões, claro, inteligível a todos, não exigindo esforço para a compreensão. Eles possuem a arte de dizer muito em poucas palavras, porque cada palavra tem o seu justo emprego. Os Espíritos inferiores ou pseudossábios escondem sob frases empoladas o vazio das ideias. Sua linguagem é frequentemente pretensiosa, ridícula ou ainda obscura, a pretexto de parecer profunda;- Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram. Os maus são autoritários, dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam facilmente. Todo Espírito que se impõe trai a sua condição. São exclusivistas e absolutos nas suas opiniões e pretendem possuir o privilégio da verdade. Exigem a crença cega e nunca apelam para a razão, pois sabem que a razão lhes tiraria a máscara;- Os Espíritos bons não fazem lisonjas. Aprovam o bem que se faz, mas sempre de maneira prudente. Os maus exageram nos elogios, excitam o orgulho e a vaidade, embora pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles que desejam conquistar;- devemos desconfiar das nomes bizarros e ridículos usados por certos Espíritos que desejam impor-se à credulidade.
E, finalmente:
Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é necessário antes saber julgar-se a si mesmo. Há infelizmente muita gente que toma a sua própria opinião por medida exclusiva do bem e do mal, do verdadeiro e do falso. Tudo o que contradiz a sua maneira de ver, as suas ideias, o sistema que inventaram ou adotaram é negativo aos seus olhos. Falta a essas criaturas, evidentemente, a primeira condição para uma justa apreciação: a retidão de juízo! Mas eles nem o percebem. Esse o defeito que mais enganos produz.
Dos Raps à Comunicação Instrumental
Carlos Bernardo Loureiro
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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