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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Calvários dos Médiuns

Calvários dos Médiuns

Vianna de Carvalho


Envolta em auréola mítica por largos séculos, a mediunidade tem sido confundida na sua realidade paranormal, transitando do estado de graça à condição de demonopatia ou degeneração psicológica da natureza humana.

Homenageada em alguns períodos da história, noutros detestada e perseguida com dureza, ainda permanece ignorada pela presunção de uns, pela ignorância de outros, pelos preconceitos que teimosamente se demoram, dominadores, no organismo sociocultural dos nossos dias.

Allan Kardec foi o corajoso investigador que lhe penetrou as causas e estudou-a à saciedade, estabelecendo critérios justos de avaliação e técnicas próprias para a sua compreensão, análise e desdobramento de suas possibilidades psíquicas. As suas inquirições abrem espaços científicos e culturais para um conhecimento lógico dessa faculdade, desvestindo-a de todas as superstições, fantasias e acusações de que tem sido vítima.

Mediante linguagem clara e fácil ao entendimento de todos, examinou a mediunidade sob os pontos de vista orgânico, psicológico, psiquiátrico e sociológico, concluindo pela sua legitimidade e amplos recursos para a perfeita integração do homem na harmonia da natureza, estabelecendo diretrizes morais para o seu exercício e regras comportamentais para a sua demonstração científica, elaborando um tratado extraordinário, que permanece o mais completo a respeito da paranormalidade humana, o insuperável O Livro dos Médiuns.

Apesar disso, a mediunidade e os médiuns prosseguem como motivo de surpresa, admiração e sarcasmo, conforme o meio social onde se apresentem.

Utilizados, invariavelmente, para futilidades e divertimentos, sofrem o barateamento da ingerência de pessoas astutas, porém, desinformadas, que pretendem conduzi-los a proveito próprio ou para exibição em espetáculos que se caracterizam pelo ridículo decorrente da ignorância de que são portadores.

Chamam a atenção pelo exibicionismo vulgar e logo desaparecem, quais cometas que passam com celeridade, sem maior benefício para o zimbório sombrio por onde deambulam, errantes.

A mediunidade, exercida com elevação de propósitos, séria e digna, tem sofrido a incompreensão e a agressividade daqueles que gostariam de utilizá-la nos jogos da ilusão e do prazer. Por consequência, os médiuns sinceros e honestos, de conduta moral incorruptível, pagam alto preço pela vida moral a que se entregam e por se fazerem dóceis às orientações dos seus guias espirituais, que não convivem com ideias, discussões estéreis, rivalidades de indivíduos, grupos, nem sociedades que se entregam ao campeonato da vaidade.

Atacados nos próprios arraiais do movimento no qual laboram, são levados à praça pública do ridículo por companheiros apressados, sem nenhuma folha de serviço apresentada à causa espírita, mas, hábeis nos aranzéis da agressão, escrevendo ou falando por mecanismo de transferência psicológica, atirando no trabalhador o que se encontra neles próprios e descarregando a mal disfarçada inveja que os leva a competir, às vezes, inconvenientemente, quando deveriam compartir e participar do serviço de iluminação de consciências ao qual ele se entrega.

Sucede que se encontram teleguiados por mentes insanas, que sempre combateram e perseguiram os instrumentos das Vozes lúcidas do além-túmulo, que vêm despertar os homens e adverti- los das ciladas preparadas por esses adversários desencarnados, incansáveis nos seus malfadados programas de perturbação e crimes, obsessão e loucura...

Além desses, que medram com exuberância, nos dias atuais, a dureza dos descrentes e gozadores sempre está disposta a agredir os médiuns e acusá-los de serem portadores de desequilíbrios da mente, do sexo, da conduta, por serem diferentes, isto é, por adotarem um comportamento saudável, que aqueles têm como incompatível com os dias de luxúria e abuso de toda natureza, ora vigentes.

Outros perseguidores ainda repontam em pessoas que procuram depender emocionalmente do amigo da mediunidade, e que, contrariadas por este ou aquele verdadeiro ou falso motivo, levantam-se para infligir maior soma de sofrimentos em quem sempre lhes aturou a preguiça mental, as irregularidades morais com paciência, brindando-lhes palavras amigas e consoladoras...

Já não se apedrejam, nem se encarceram ou conduzem à fogueira os médiuns. Todavia, a maledicência e a acrimônia, a crítica sistemática e as exigências de consultas largas, quão inócuas, constituem prova e martírio para os instrumentos abnegados que se entregam ao ministério com unção.

Além do círculo de ferro exterior que os comprime, a sua condição humana exige-lhes muitas renúncias silenciosas, que os amigos fingem não ver, por considerarem que a mediunidade, segundo alguns, é um privilégio que libera o seu portador das aflições e processos de evolução pela dor.

Carregando todos os problemas inerentes à sua situação evolutiva, remuneram a alto preço a existência, em holocaustos admiráveis e perseverantes no bem, que os credencia a receber maior assistência e amor dos seus amigos espirituais.

Por fim, sofrem o assédio das entidades inimigas do progresso da humanidade - e dos seus próprios adversários espirituais - que os não perdoam pela tarefa que desempenham em favor de si mesmos e das demais criaturas.

O calvário dos médiuns é oculto e deve ser vivido com dignidade, sem queixas ou reclamações, pois que é também o pórtico da ressurreição gloriosa, de onde se alarão às regiões felizes, após cumpridas as tarefas de amor e esclarecimento, de caridade e perdão para as quais reencamaram.

Têm por Modelo Jesus, que lhes permanece como o Conquistador Inconquistado que, morrendo por amor, distribui vida para todos aqueles que O buscam e creem, servem e passam, rumando na direção da imortalidade.

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Médiuns e Mediunidades

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